sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Corram para as colinas... então, colham maçãs e façam uma torta: eu voltei!

Muito bem. Os leitores que avidamente entram neste blog a cada fração de segundo em busca de palavras de extrema sapiência em algum momento devem ter notado que estive ausente durante um longo período. Sim, realmente me fui. Estava aqui, mas no instante seguinte isso já não era mais verdade. E assim continuou por um bom tempo, até que voltou a ser verdade novamente. Ou seja, agora é incontestável!

Não sou de dar satisfações. Nunca o fiz para o governo, para a Receita Federal, nem para meu agente da condicional. Ao meu progenitor, prestei esclarecimentos uma única vez, exatamente quando expliquei o porquê eu não explicaria mais nada. Mas abro uma exceção para os nobres 14 leitores deste blog (parece que houve uma debandada de sete leitores devido ao longo hiato sem atualizações) e contarei, resumidamente, o que se passou nesses quatro meses em que fiquei sem postar.

Sem muito mistério, estive dando continuidade ao meu globalmente famoso serviço de consultoria. Primeiro, fui até Falujah para dirigir a implementação de uma mesquita; depois, passei pelo Iraque e fui convidado pelo presidente local a acompanhar a primeira cerimônia de casamento entre pessoas do mesmo sexo por lá; mais adiante, estive nos Estados Unidos, onde tomei um porre homérico com George W. Bush (que figura) e juntos saímos colando chiclete mascado na maçaneta de carros estacionados nas ruas.

Iniciei minha volta à América do Sul no lombo de um javali selvagem, que tentou me assassinar enquanto eu dormia para roubar meu passaporte italiano. Fiz uma rápida parada em Cuba e apostei com Fidel que ele não conseguiria dar um mortal para trás. Claro que o velhote aceitou a aposta, e claro que perdeu. A paga foi um fusquinha velho com o qual pude concluir minha viagem de volta para casa.

Tudo isso me tomou cinco dias. Mas quando cheguei em minha toca percebi que havia esquecido as chaves no armário do clube onde me reúno todas as quintas-feiras para a saudável prática de queimar bíblias em rituais satânicos.

Fui até lá e, uma vez em posse de minhas chaves, estava a caminho de casa quando, de repente, fui atropelado por uma betoneira. Acordei em um hospital três horas mais tarde, com os médicos em alvoroço. Um deles veio a mim e disse que eu havia sofrido uma fissura no crânio, mas ninguém estava disposto a realizar a cirurgia reconstrutiva por ser considerada muito arriscada. Sem tempo a perder com aquela choradeira, peguei um grampeador, remendei a cabeça e fui embora sem pagar a conta.

Quando finalmente cheguei em casa, percebi que minha internet estava com problemas de conexão. Chamei a companhia e eles agendaram uma visita para o dia seguinte. Só apareceram mais de três meses depois. Fizeram o serviço, e aqui estou eu.

Sim, anunciem aos ventos: Braddock Lewis está de volta e preparado para ser a incômoda farpa de madeira debaixo da unha do mundo. Podem aguardar!

Retomando o fio da meada com uns posts antigos:

Uma boa ação: ajude alguém a chorar
Série (ou será uma, quando houver várias partes): Antologia do Ônibus

13 comentários:

Dona Comensalina disse...

Lewis, seu degenerado! Maldito! Como que você viaja e deixa minha Rupércia sozinha, sem alimentação, sem os medicamento???

Você tinha me prometido que cuidaria dela durante minha estadia em Votuporanga, mas quando eu cheguei em casa encontrei a bichinha dura, tão desidratada que parecia empalhada, contorcida, tentando alcançar com a língua uma mísera gota de água suja numa abertura debaixo do tanque.

Pois esse será o seu destino,pode escrever! Ai, que tragédia...

BraddockLewis disse...

Ora, dona Comensalina, a senhora ainda está viva? Bem que imaginei, a senhora não serve nem mesmo para morrer de câncer!

Do que está falando? Eu compareci como o prometido à sua casa nos dias combinados e alimentei, conforme o prometido, a senhorita Rupércia, uma loira muito bem apessoada e muito... "generosa", digamos assim.

Garanto que a levei para jantar nos melhores restaurantes dei a ela para beber os melhores vinhos e a coloquei para dormir. Só na hora em que saquei a injeção ela se debateu um pouquinho, mas nada que um pouco de clorofórmio não resolva.

Enfim, para provar, inclusive deixei uma tabela presa à porta da geladeira com os dias em que estive por lá, na rua Ifigênia, prédio 314, apartamento 92.

Agora morra em paz, velha decrépita.

Um beijinho,

Lewis, Braddock

Dona Comensalina disse...

Lewis, seu cretino! Eu moro no apartamento 91! Você esteve esse tempo todo alimentando aquela sem-vergonha da minha vizinha, a Tubércia. Ela é viciada no (deus me livre) ato carnal do amor, e - não sei que diabos tem no corpo - se atrai mais por homens de mau-caráter. Não me admira que tenha se entregado ao senhor! O senhor exala mau-caratismo.

Enquanto isso, minha iguana Rupércia está internada levando soro na veia, e pode ter sequelas irreversíveis. Que o senhor arda! Arda com o Cramulhão, maldito.

Ai, meus sais!

Fidel disse...

Braddock Lewis, mi amigo

Jo ja estoy bien mejor de la queda que sofrí, e estoy pruento para una otra apuesta.

Mira, como jo djá aprendí a dar un mortal de cuestas.

FLIP

BONC

UAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!!!! Que dolor!!! Creo que quebrei una vertebra!!! Maldición!!! Llamen los médicos! LOS MÉDICOS AAAAAH!!!!

Programa Mais Médicos disse...

Sempre eu!

Waléria Tabisba disse...

Aaah, que bom que você voltou! Estou tão feliz, que saudades de ler o seu blog e desfrutar do seu conhecimento. Falando nisso, Brá, eu tenho umas sugestões pro blog, posso falar? Então, por que você não escreve sobre solas de tênis novas que escorregam em pisos molhados? Ah, você podia falar também daqueles talheres de restaurante que quando você põe na boca têm um gosto estranho, sabe? É isso, vou esperar, hein?

BraddockLewis disse...

Ora, Waléria Tabisba, muito agradecido pela sua presença aqui no blog. Agora, algumas observações:
1) Nunca, ouça bem, nunca mais se refira a mim como Brá. Não tenho esse tipo de afinidade nem com minha mãe, que se refere a mim como senhor, não é você quem vai ter esse privilégio.
2) Sugestões como essas você não compartilha com o mundo. No máximo, discuta-as com a sua irmã enquanto vocês estiverem polvilhando uma bacia de salada de repolho com uma bolacha água e sal esmigalhada com a mão.

Fora isso, por favor, volte sempre, mas não opine mais! Sobre nada! Com ninguém!

Um soco carinhoso no ombro,
El Braddoco

Receita Federal disse...

Ainda vamos te pegar!

Agente da Condicional disse...

Olá, Braddock. Peço que da próxima vez que o senhor precisar sair do país para participar daquelas suas... "reuniões", o senhor me avise, ok? Não é por nada não, mas, sabe como é, só para o caso de alguém perguntar. Não se preocupe, não vou falar com o promotor, é só uma curiosidade pessoal, sabe? Hehe, nada demais. Só dá um toque então, belezinha? E desculpe aí o incômodo.
Ah, e sábado o boliche tá marcado, hein? Abraço.

Vizinha do 44 disse...

Lewis, que bom que você voltou! Não tinha percebido nem que você tinha saído!!! Mas já que está aqui, boa volta a sua rotina.
Sinto lhe informar que recebi uma ligação do seu médico questionando se você estava bem! E curiosa do jeito que sou, perguntei do que se tratava e ele comentou que a sua próstata não ia nada bem, por este motivo teve que operá-la e por incrível que pareça, o tempo de repouso é de 3 meses, justamente o tempo que você ficou sumido. Só não consigo ligar a próstata a escrita, mas deve ter algum fundamento teórico para isso. De qualquer forma, acredito que você esteja bem, na ativa nem tanto mas voltando aos poucos.
Querido Lewis da próxima vez deixe um aviso com o sindico, assim não preciso me preocupar e também não perco tempo procurando você nas valetas próximos aos bares da região. Abraços meu querido.

Tobias, do Bar do Tobias disse...

Ei, Bradaloco. Isso me faz lembrar que você deixou cair seu soco inglês da última vez que você apagou na valeta aqui do lado do bar. Mas não se preocupe, tá bem guardado, dentro do frasco da azeitona em conserva. É só chegar e pegar. Abraço!

BraddockLewis disse...

Ora, Vizinha do 44, não me surpreende que você não consiga ligar uma coisa a outra. A senhora não é capaz sequer de ligar um eletrodoméstico a uma tomada, a julgar pela sua escrita sofrível e ao seu pensamento tortuoso.
E não pense que só porque tive a boa vontade de abusar sexualmente de você (não tem de que, aliás) nós temos algum vínculo. Sei que uma mal-amada como a senhora se apega facilmente, mas faça um favor a si mesma: não crie ilusões românticas sobre nós, pois o sofrimento será maior (não que eu me importe). No máximo, quando eu tiver uma brecha na agenda, prometo que volto a violá-la com brutalidade comedida. Até lá, você continua sendo tão relevante para mim quanto um chiclete esmagado na calçada. Pensando bem, não, pois o chiclete ainda recebe um pouco de minha atenção.
Quanto ao suposto médico, logo vê-se que seu conhecimento do mundo é tão amplo quanto o conhecimento de um analfabeto sobre Joyce. Obviamente tratava-se de um farsante que inventou essa história para tentar levantar informações a meu respeito, já que o último médico que visitei foi quando eu tinha sete anos de idade, para cobrar uma dívida de jogo do pilantra.

Uma delicada joelhada no estômago,
do seu bom vizinho B-B-Lew

Joyce disse...

Que que tem eu?